Este ano, as nossas férias foram boas, mas limitadas (afinal, ter filhos é maravilhoso, mas - de uma forma geral - também representa alguns constrangimentos). Juro que gostava (e às vezes até tento, embora o resultado nunca seja brilhante) ser uma daquelas mães descontraídas, mas organizadas, que conseguem conjugar tudo e ainda cumprir, mais ou menos, rotinas no meio da confusão que é ter três filhos com horários diferentes. Mas, com duas viroses à mistura e o caos próprio numa família com dois recém-nascidos e uma filha com 3 anos (mais birrenta, desafiadora e com algumas regressões), as nossas férias foram tudo menos descontraídas e organizadas. Fomos apenas uma vez à praia, sem os gémeos (e voltámos a correr porque o Pedro estava, novamente, com febre), só fiz duas vezes piscina, e não consegui criar rotinas. Enfim, não foram, confesso, as férias que idealizei e, admito, voltei mais cansada do que fui, mas a Francisca aproveitou muito e os gémeos também. Para o ano, será diferente. Ela terá 4 anos, eles 15 meses. Já comem todos na mesma altura e a mesma coisa, já não há esterilizações, e as idas à praia implicam menos logística/tralha.
Dito isto, ainda conseguimos ter momentos muito bons, de descontracção, partilha, cumplicidade, e contemplação...
Em relação aos dias mais complicados (e eles existem), adoptei recentemente uma política que me tem ajudado, e muito, a colocar as coisas em perspectiva (experimentem, vão ver que resulta).
Por isso, voltei a saber um pouco mais, disposta e resolvida a implementar algumas mudanças (muito necessárias).
P.S.: Fui um pouco preocupada com a atenção que a Francisca, que costumava ser o centro das atenções, ia receber este ano. Afinal, os recém-nascidos recebem muita atenção, especialmente quando são gémeos. Mas, ela é tão charmosa e carinhosa que acabou por ter mais atenção do que os irmãos. Cantou, dançou, distribuiu abraços e beijos, e encantou. O mais engraçado foi vê-la socializar com as outras crianças do aldeamento. Não é nada tímida, e, apesar de não falar a língua de muitas das crianças presentes, encontra uma maneira de se fazer entender e divertir.
Um episódio engraçado foi vê-los comparar tecnologias. Em primeiro lugar, estava uma criança a brincar com um telemóvel, que atraiu as atenções das outras crianças presentes. De seguida, a Francisca pediu-me o telemóvel e começaram a comparar aplicações e, de repente, surgiu outra criança com um tablet. Olhavam para os ecrãs uns dos outros com interesse genuíno, enquanto passavam, com uma destreza espantosa, os pequenos dedos pelos ecrãs. Foi uma imagem caricata, reflexo dos novos tempos, que encantou os presentes. Praticamente não trocaram palavras, mas comunicaram, de uma forma estranha para a maioria de nós, mas natural para eles.
