terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Passagem de Ano

Tempo para alguns balanços e resoluções, que, desta vez, tomaram forma num mood board.

Partilho com vocês algumas das imagens que me vão inspirar em 2014...






FELIZ 2014!!! 
Que seja um ano muito feliz e inspirador!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sessão de Natal

Estava em pulgas para partilhar convosco o resultado da sessão que fizemos com a Sofia da LINE WITH LINE, mas quisemos fazer uma surpresa aos avós, por isso, tive de esperar o final do Natal. Espero que gostem tanto como eu...










Roupa Tea Time

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Dicas para uma Casa Organizada

Post originalmente publicado no Portal Mãe Querida...

Sempre fui uma pessoa organizada. Gosto de listas, de planear e organizar. Lembro-me de, nos meus tempos de estudante, passar algumas horas a organizar o estudo. Por cada dia, havia uma meta a cumprir e, para mim, resultava. Depois, casei-me. Consegui convertê-lo, durante um tempo, a uma pessoa minimamente organizada, participativa nas tarefas domésticas. Mas, era uma luta. Estava mal habituado. Deixava a roupa no chão quando se despia, a toalha molhada em cima da cama, e a loiça na lava-loiças depois de comer. Desisti das lutas diárias e assumi as lides domésticas. Depois, a Francisca nasceu. E tivemos, ambos, de ceder. Na limpeza e organização da casa havia inflexibilidade, e ele aprendeu a lidar com isso, e no departamento horários/vida familiar, havia flexibilidade, e eu aprendi a lidar com isso. Funcionava. Para nós, e a nossa dinâmica familiar, resultava. Depois, nasceram os gémeos e a falta de organização/rigidez começou a ter consequências. Eu rendi-me ao caos. Andava cansada, demasiado cansada para remar sozinha. Foi preciso reconhecer que precisava de ajuda, bem mais do que aquela que ele conseguia dar, e daquela que tinha disponível. Com o tempo fui-me apercebendo que era necessário voltar a implementar a rigidez de horários de que havia abdicado, mas a nova rotina não é fácil implementar, porque não dá espaço para o descanso e, por vezes, o cansaço de uma noite mal dormida, ou a simples preguiça a que o Outono convida, vencem. Mas, quando cedo ao cansaço, os efeitos fazem-se rapidamente sentir e o preço não é só pago por mim, mas também por eles (refeições atrasadas, menos tempo para saídas, mãe mais ansiosa e menos disponível). Por isso, resolvi, finalmente, colocar ordem no caos. Tem sido um caminho longo, de sete meses, mas acho que já posso avançar algumas dicas para as mães que, como eu, precisam de uma casa arrumada e organizada para terem a mente nas mesmas condições.

  • Estabeleçam um horário familiar (imprimam alguma flexibilidade nesse horário, mas não muita - o ideal é que essa flexibilidade não exceda 1 hora). Partilhem esse horário com os prestadores de cuidados das crianças em causa (pai, avós, empregada).
  • Esse horário deverá refletir as necessidades e hábitos da vossa família. Para estabelecerem, por exemplo, a hora de deitar da criança, devem calcular quantas horas uma criança da idade em questão deverá dormir, a que horas ela terá de acordar e, depois, andar para trás nas horas necessárias de sono (por exemplo, a Francisca deverá dormir cerca de 10-12 horas, e tem de levantar-se às 8h, pelo que o ideal é que se deite por volta das 21h00). 
  • Tenham uma agenda familiar onde possam colocar os vossos compromissos semanais. Esta agenda deverá estar num sítio fácil de consultar (vão acrescentando, compromissos que, entretanto, surjam).
  • Façam uma ementa semanal (coordenem esta ementa com a ementa escolar). 
  • Façam compras mensais (pela internet) e semanais (presenciais).
  • Escolham a roupa das crianças, e a vossa, na noite anterior e tenham-na pronta a ser usada pela manhã.
  • Acordem cedo e façam uma lista de tarefas para o dia. Estabeleçam prioridades.
  • Tudo com um lugar e no seu lugar.
  • Façam, pelo menos, uma máquina completa (lavar e secar/estender) de roupa por dia (o ideal será duas, uma deles e uma vossa).
  • Antes de ir dormir, deixem a casa arrumada, especialmente a cozinha e a sala (envolvam as crianças na arrumação dos brinquedos e tenham caixas para arrumação dos mesmos nos locais onde eles costumam brincar).
  • Façam uma vistoria aos armários e às caixas de brinquedos e livrem-se de tudo aquilo que não estiver a uso.
  • Ouçam música. Não vejam televisão. A música convida à ação e a televisão convida à preguiça.
  • Não deixar para depois o que podem fazer agora!

E, agora, the ultimate tip...




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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Primeira Experiência Cinematográfica

Na primeira ida ao Cinema tivemos direito a tudo: momentos de diversão, entusiasmo, medo, tristeza e até tédio. O filme escolhido foi o Frozen e não foi, em retrospectiva, o mais adequado à idade das crianças em questão (3 e 4 anos). Os pais morrem (alguém me consegue explicar esta mania da Disney de matar os pais!? - para a minha sobrinha, que também estava a ter a sua primeira experiência no cinema, o filme acabou aqui!), as personagens são um pouco assustadoras, e achei a história profundamente triste (duas irmãs que, na presença uma da outra, passam a infância profundamente sós é das coisas mais tristes que já vi). Mas, ela gostou muito e, no final, conseguiu convencer a mãe, que tinha prometido comprar uma das princesas no final do filme a comprar as duas, saindo-se com esta frase: "Não, mamã. Ela não pode ficar sem a mana, fica triste." Pelos vistos, aquilo que havia-me impressionado no filme, ressoou nela também. Igualmente, pelo destaque que é dado ao boneco de neve nos trailers, pensei que o Olaf era uma presença mais marcante e constante no filme (elas também porque passaram a primeira metade do filme a perguntar pelo boneco de neve). Seja como for, neste momento, tudo o que diz respeito ao filme entusiasma-a e ela quer voltar ao cinema (o mesmo não pode dizer-se da minha sobrinha), pelo que o balanço é positivo. A lição a retirar é não voltar a entusiasmar-me pelos trailers e averiguar muito bem a história antes de voltar ao cinema com ela porque, até por aqui, as aparências iludem. 


domingo, 1 de dezembro de 2013

Dezembro

Dezembro é o meu mês!!

Não é o meu mês favorito (o Abril conquistou, por mérito próprio, e por quatro vezes, esse direito), mas é o mês em que tudo começou, em que eu comecei, o mês das esperanças, das partilhas, dos sonhos e das comemorações, e, por isso, ocupa no meu coração, no coração de todos nós, um lugar tão especial...

Que seja bem-vindo e realize os nossos desejos!!




quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Carta ao Pai Natal

Acabámos de fazer a Carta para o Pai Natal e, claramente, o espírito consumista da criança está ao rubro!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Irmã de gémeos

A Francisca é, claramente, a irmã mais velha de gémeos.

Porquê?

Ontem, estávamos no carro, os dois choravam, ou melhor, berravam (uma valente birra de sono) e ela estava impávida e serena. A sério!, eu punha chucha aqui, chucha ali, uma gotinha aqui, outra ali, falava com eles e ela comia os seus cereais como se aquele cenário caótico fosse perfeitamente normal.

Hoje, pedi para dar um brinquedo ao irmão (António) que estava a chorar e ela responde com toda a tranquilidade:

"Ele está com fome, mãe. Já passa."

É que, convivendo com dois bebés, das duas uma: ficas muito aflito cada vez que eles choram (e acabas por queimar alguns fusíveis); ou percebes que os bebés choram por TUDO e por NADA e que, eventualmente (depois de tomadas as devidas medidas, claro) passa. Ela, claramente, escolheu a segunda alternativa e ainda bem.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

As Crianças e os Óculos

Esta semana fiquei a saber que a minha sobrinha precisava de óculos. O único sinal presente foi ver televisão de muito perto (algo que, a maioria das crianças, faz). Na verdade, a minha irmã tinha andado a adiar esta consulta, acreditando-a desnecessária, um sinal dos tempos modernos, já que, no nosso tempo, a não ser que existissem sinais de falta de visão, nós não íamos ao oftalmologista (sobre este tema, consultar este artigo). A confirmação de que, afinal, a consulta era necessária e que existia um problema, deixaram-na a sentir-se algo culpada. Mas, foi rapidamente tranquilizada, já que, nesta idade, eles não dão sinais de que algo se passa. Eu também ando a adiar a algum tempo a visita da Francisca ao oftalmologista, pelo que, quando veio o diagnóstico, tratei de meter as mãos à obra e marcar consulta ainda para esta semana. Até porque eu uso óculos (sou míope), o que aumenta, e muito, as probabilidades dela necessitar de óculos. 

A minha irmã ficou algo perdida nesta questão e na forma correcta de "vender" esta nova realidade à filha, pelo que andámos a pensar nalgumas formas de tornar a necessidade de usar óculos em algo divertido e empolgante.

Aqui ficam alguns conselhos:

  1. Preparem a criança, antes da visita ao oftalmologista, para a necessidade desta consulta e a razão da mesma.
  2. Se os resultados indicarem que a criança precisa usar óculos, podem começar a abordar o assunto ainda na consulta, mas não os massacrem no próprio dia. Dêem-lhes tempo, e a vocês também ;), para assimilar a notícia.
  3. Tornem a ida à óptica um evento. Podem, por exemplo, levar um amigo, um irmão, ou um primo para ajudar na escolha dos óculos. Sigam a ida à óptica com um passeio ou uma ida ao cinema. Afinal, há um novo mundo para descobrir, com cores e formas mais nítidas.
  4. Deixem-nos escolher os óculos. Hoje, há todo um mundo de possibilidades. Cor-de-rosa, azul, verde, amarelo, vermelho, não interessa. O que interessa é que sejam ao gosto deles. Peçam a ajuda do técnico para perceber qual é a opção mais recomendada, de acordo com a idade e a situação clínica.
  5. Mostrem-lhes livros, desenhos animados, e fotografias de crianças com óculos. Para as meninas, há um exemplo na blogosfera de uma menina cheia de pinta, uma verdadeira top model, de óculos: a Nônô, filha da Olga, do blog O Rei Vai Nú, e que aparece, por exemplo, no catálogo da Knot.
  6. Façam uma produção fotográfica ou uma ilustração deles com a nova imagem. Vai ser um momento para recordar mais tarde, e eles vão adorar. Aqui, deixo a dica dos Lookalikes da Marta. A Maria ou o Gonçalo de óculos, na parede do quarto, pode ficar um máximo!
  7. Lembrem-se que a forma como viverem e interpretarem este momento vai determinar, e muito, a forma como eles próprios encaram a situação. Procurem ficar tranquilos e mantenham uma atitude positiva. A maioria das crianças que precisa de óculos não oferece grandes resistências ao uso dos mesmos, até porque passam a ver melhor. Mas, perguntem-lhes como se estão a sentir, dando-lhes tempo para responder. Se existirem algumas preocupações da parte deles, nomeadamente, serem gozados pelos colegas da escola, explorem essas preocupações com eles: "Existem outras crianças com óculos na escola?", "Elas são gozadas pelos colegas?", "Como é que elas lidam com essa situação?". 
  8. Avisem a escola que a vossa criança vai precisar de óculos, eles poderão ser ajuda preciosa. Uma ideia: comemorar, na escola, o dia em que a criança aparece, pela primeira vez, com os óculos, fazendo uma pequena celebração.  

Alguns Livros:



Algumas imagens de crianças cheias de estilo com óculos:









Eu e os meus óculos novos ;)



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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Bom dia!!

Tirado do meu novo diário matinal e partilhado com vocês...


Custou, mas a verdade é que está a saber-me bem ter acordado cedo. Dá-me tempo para aquilo que sinto que estou a precisar: simplesmente ser... A casa está silenciosa, mas preenchida com a presença deles e, portanto, em paz, assim como eu. Acho que, no meio deste turbilhão, voltei a perder-me um pouco, releguei as minhas necessidades, como mulher e como pessoa, para terceiro plano. Porque eles vêm primeiro, claro, mas também porque dá trabalho encarar as coisas de frente, perceber que, algures, perdemos o equilíbrio. E a verdade é que eu perdi o meu porque, como a frase já diz, para mantermos o equilíbrio é preciso estarmos em movimento e eu, por incrível que pareça, no meio deste turbilhão, parei. Está, então, na hora de voltar a colocar-me na lista, dar-me um pouco de tempo e atenção. Está no hora de fazer o trabalho de casa para que possam existir mais momentos como este... de paz.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

6 Meses

Os gémeos fizeram 6 meses dia 30 de Outubro e já preenchem a casa com as suas "conversas" e gargalhadas. Continuam a ser bebés bem-dispostos, sorridentes e que levam TUDO à boca! Os pés são os novos objectos de fascinação. O Pedro já dá as mãos para mudar de colo e começou a estranhar pessoas e ambientes. Adoram o jogo do "cucu" e os doudous. Dormem menos durante o dia. Sabem, cada vez mais, impor as suas vontades. Continuam a funcionar como uma frente unida.

E têm uma mãe, cada vez mais, derretida e babada...

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Maldita hora!

Os gémeos estão outra vez doente com bronquiolite.

Maldita hora em que apanharam VSR!

Parece que até, pelo menos, ao 1 ano de idade vai ser isto sempre que ficarem doentes...

Se me virem pouco por aqui, não estranhem - estou a lamber as crias ;).


terça-feira, 15 de outubro de 2013

The Prettiest Girl

Pai: Quem é a menina mais bonita do mundo!?

Mãe (a jeito de provocação): Sou eu! Sou eu!

Francisca (com ar empertigado): Já foste! Agora, sou eu!

Agora, é isto. A resposta está sempre pronta.



domingo, 13 de outubro de 2013

Ataques de Pânico

Alguns aspectos técnicos:

#1 - Definição

Um ataque de pânico "é um período discreto no qual se inicia de modo súbito uma intensa apreensão, medo ou terror, frequentemente associados com sensações de catástrofe iminente."

DSM-IV, Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Perturbações Mentais

O que, para mim, se traduz em: posso estar a comprar legumes, quando, de repente, surge uma sensação indistinta de desconforto, de que algo não está bem... o coração dispara, a respiração acelera (ou falta)... tonturas, sensação de desmaio, dor no peito, o sistema digestivo em revolução e... o terror, a certeza de que algo terrível vai acontecer... cansaço e medo persistentes.


#2 - Sintomas do Ataque de Pânico 

Para que seja considerado um ataque de pânico, têm de estar presentes 4 (ou mais) destes sintomas.

- Palpitações, batimentos cardíacos ou ritmo cardíaco acelerado;
- Suores;
- Estremecimentos ou tremores;
- Dificuldade em respirar;
- Sensação de sufoco;
- Desconforto ou dor no peito;
- Náuseas ou mal-estar abdominal;
- Sensação de tontura, de desequilíbrio, de cabeça oca ou de desmaio;
- Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se desligado de si próprio);
- Medo de perder o controlo ou de enlouqucer;
- Medo de morrer;
- Parestesias (entorpecimento ou formigueiros);
- Sensação de frio ou de calor.

DSM-IV, Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Perturbações Mentais

#3 - Diferença entre Ataques de Pânico e Perturbação de Pânico 

Para que um indivíduo seja diagnosticado com Perturbação de Pânico é necessário que tenha vários (e inesperados) ataques de pânico.

#4 - Ataques de Pânico e Ansiedade

Os Ataques de Pânico podem ocorrer no âmbito de outras perturbações, que não as perturbações de ansiedade, mas, de uma forma geral, ocorrem neste contexto.


Estes são alguns dos aspectos técnicos, espelham a realidade, mas não as suas implicações.

No meu caso, e tenho a convicção de que isto é verdade para a maioria das pessoas que sofre desta perturbação, o problema não passa tanto pelos ataques de pânico (afinal, são episódios que duram cerca de 30 minutos e atingem o seu pico passados cerca de 10 minutos), mas pelas suas consequências na vida prática, que aprendi, com trabalho de casa, a atenuar. 

Alguma da minha história...

Costuma dizer-se que nunca se esquece o primeiro amor. Bem, também não se esquece o primeiro ataque de pânico. Porquê? São ambos inesquecíveis pelo mesmo motivo: a sua intensidade!

Recordo-me perfeitamente do meu primeiro ataque de pânico: estava no carro do meu namorado (actual marido), os meus pais tinham ido para o Brasil, e comecei a sentir-me mal. Tonturas, mãos suadas, o coração disparado, falta de ar... a certeza de que alguma coisa muito grave se estava a passar e ... passou (sem que eu tivesse percebido o que tinha acontecido). Pouco tempo depois, tive o primeiro confronto com a morte (da qual tinha sido sempre resguardada), e os ataques de pânico foram acontecendo, espaçados, pouco consistentes. 

Até que, depois da Francisca ter entrado na escola, tornaram-se constantes, persistentes e, com esta persistência, veio o sofrimento e, com o sofrimento, o evitamento. O medo paralisou-me! Comecei por evitar determinadas situações: estar sozinha fora de casa, lugares barulhentos e lotados, percursos longos de carro, viagens de avião, elevadores. Tornei-me dependente dos outros, especialmente do meu marido. Com ele, sentia-me segura e capaz de enfrentar as situações que sabia indutoras de pânico, como as acima descritas.

Também veio a culpa e a vergonha. Inicialmente, estava plenamente convencida de que existia algo fisicamente errado comigo. Mas, depois de algumas idas às urgências (onde nunca encontraram nada de errado), consultas com diferentes médicos e especialidades, não foi preciso que me diagnosticassem. Afinal, esta é a minha área. Depois, veio a vergonha, a sensação de que estava em falta, comigo própria e com os outros. Não ajudou que os enfermeiros e médicos, quando recolhiam a minha história clínica, fizessem caras e bocas ao ouvirem que estava a estudar psicologia clínica (o facto de serem enfermeiros ou médicos também não os impede de adoecer, mas, então, não tinha a clareza de raciocínio necessária para encarar as coisas desta forma). 

Com todas estas implicações na minha vida prática, resolvi procurar a ajuda que sabia disponível. Na verdade, já tinha procurado ajuda muito antes dos ataques de pânico dominarem, quase por completo, a minha vida. 

A terapia ajudou muito (continuo a defender que todos nós beneficiamos com ela). Sei identificar o que ficou mal resolvido lá atrás, perceber o que está na origem deles, controlar-me (já estou a ver o meu terapeuta parar-me à simples menção desta palavra, corrigindo-me), identificá-los melhor e impedir que a "roda ande" e todo o processo se desenrole. Estou a trabalhar para que os pensamentos que lhe dão origem sejam cada vez menos presentes (já foram dominantes) e poderosos.  

Mas... (e este mas dá cabo de mim!!), sempre que penso que já me livrei deles, que não é possível que eles voltem a surgir, a ansiedade instala-se, o medo regressa e, quando o trabalho de casa não é feito, o pânico volta! 


Além da terapia (a cognitivo-comportamental é a mais indicada), existe medicação disponível (beta-bloqueantes em doses moderadas/ ansiolíticos, e anti-depressivos) e, muitas vezes, o mais indicado é a utilização simultânea destas duas vias de tratamento

Quanto aos fármacos: embora existam alternativas, por vezes, para que elas nos sejam viáveis, para que possamos usufruir em pleno das suas potencialidades, precisamos parar e respirar, dar ao nosso corpo oportunidade para restaurar alguma espécie de equilíbrio e, neste sentido, eles podem ser excelentes aliados do processo terapêutico. Por vezes, são mesmo indispensáveis e sê-lo-ão por longos períodos de tempo. 

As boas notícias: há tratamento disponível. As más notícias: quando não é tratada, pode tornar-se crónica. Porquê? Porque o corpo aprende, e esta é uma resposta do corpo que pode tornar-se "automática". Falo em resposta do corpo porque, não tenham dúvidas, de uma forma geral, esta foi a forma que o vosso corpo encontrou para gritar, chamar a vossa atenção. Por isso, parem, pensem, façam o vosso trabalho de casa para que o corpo encontre outras formas de responder à ansiedade.

Com o tempo, há coisas que descobri ajudarem e que deixo como dicas:
* Respire (fundo e pausadamente).
* Evite o evitamento - o mais confortável pode ser evitar certas situações, mas os fantasmas só são enfraquecidos e vencidos quando são enfrentados.
* Mantenha um diário.
* Faça um quadro, analisando os ataques de pânico, com as seguintes colunas: o que estava a fazer/ o que sentiu/ o que pensou/ o que podia ter pensado.
* Liberte-se da vergonha - a perturbação de pânico é mais comum do que pensa, e não é uma falha de carácter ou de força vontade.
* Procure ajuda especializada.


Algumas curiosidades:

- A perturbação de pânico é mais frequente entre as mulheres.

- Há uma contribuição genética para o desenvolvimento desta perturbação (o mais provável é que existam casos entre os vossos familiares directos, de primeiro grau).

- Alguns nomes de famosos que tiveram ataques de pânico/perturbações de ansiedade: Ana Garcia Martins (A Pipoca mais Doce); Johnny Depp; Kate Moss; Calista Flockhart; Emma Stone; Kim Bassinger; Scarlett Johansson; Nicole Kidman; LeAnn Rimes; George Michael; Princesa Diana; Sigmund Freud.