Há tanto por contar que vou dividir as novidades por posts.
Este será sobre o nascimento dos gémeos...
Dia 30, conforme agendado, dei entrada no Hospital perto do meio-dia. Tinha conseguido dormir, apesar dos nervos. Fui para a sala de dilatação, e fui preparada para a cesariana (vou dispensar-vos os pormenores), enquanto o marido aguardava na recepção. Perto das 13h deixaram-no entrar para a sala de dilatação. Pouco tempo depois, a médica veio dar-me uma palavra e eu... comecei a chorar (aviso já que, se estão à espera de um relato tranquilo e de uma pessoa equilibrada durante este episódio, é melhor procurarem outro blog). A médica avisou que não gostava de operar pessoas que, antes da cirurgia choravam, e apesar da boa intenção das palavras, estas só ajudaram na construção de cenários de horror em que a minha ansiedade e preocupação eram presságio de algo terrível. No corredor para a sala de cesariana, sentia a ansiedade a aumentar e o coração, a galope, ia com ela.
Entrei na sala e mandaram-me deitar na marquesa para administrar a epidural. Estava tão nervosa que não conseguia parar de tremer. Queria parar, respirar fundo, obedecer às ordens da anestesista para relaxar e não me mexer, mas o corpo não obedecia. Os nervos tinham tomado conta. A epidural foi dada a custo, com o corpo a debater-se. A médica e o marido entraram... ia começar. O corpo foi adormecendo, entre choques e dormências. Em breve, começaram a mexer-me na barriga e eu fui sentido as entranhas a serem reviradas. A médica ia relatando o que estava a acontecer, eu detalhava à anestesista tudo o que estava a sentir, e o marido tentava acalmar-me, garantindo que estava tudo bem e segurando-me a mão (confesso que, naquele momento, não quis saber de fotografias ou vídeos, queria apenas aquele conforto e segurança). Depois de terem chegado ao útero, que a outra médica presente classificou como bonito - não sei bem como interpretar o facto de ter um útero bonito, mas, por estas alturas, como a auto-estima não anda propriamente nos píncaros, qualquer elogio é bem-vindo -, foi um instante até começarem a falar com o António e ouvirmos o primeiro choro dele, ainda contagiado pelo líquido nos pulmões. A emoção foi avassaladora e as lágrimas correram livres. Depois, foi a vez de irem buscar o Pedro, que estava atravessado. Foram falando com ele, e ele fugindo, num esforço inglório para manter-se na segurança do interior da mãe. Quatro minutos depois, estava cá fora. Durante os primeiros segundos, não reagiu. Vi pelo reflexo nas luzes o corpo dele deitado sobre o meu, a médica a esfregar-lhe as costas e pedir-lhe para reagir e ele a vir a si. A emoção foi ainda mais forte quando ele, finalmente, chorou. Só queria saber se estava tudo bem com eles... e estava. Depois de limpos e vestidos, pude vê-los e eram tudo o que tinha sonhado (e mais), tal como a Francisca. Depois, levaram-nos e eu fiquei o que pareceu uma eternidade deitada sobre a marquesa enquanto terminavam o trabalho de parto.
Fui para o recobro já com um em cada braço. O corpo tremia descontroladamente, as comichões (que conhecia bem da primeira epidural) voltaram e eu pedia, repetidamente, o conforto do marido. Continuava nervosa, assustada, mas tinha-os nos braços, e fui admirando as suas feições, inalando o seu cheiro...
Subimos para o quarto, onde já nos esperavam alguns familiares que, claro, ficaram encantados. Passei os dois primeiros dias a deslizar entre o estado de encantamento com os gémeos e a preocupação com os sintomas físicos (tão diferentes da primeira cesariana) que fui experimentando (tensão alta e um calor avassalador e constante, sem explicação). Aos poucos, fui-me sentido mais confiante, cada vez mais apaixonada, mas nunca fiquei tranquila (a minha costela hipocondríaca não deixou e, apesar de ser tranquilizada pela médica e as enfermeiras, estava convencida que aquela tensão alta era sintomática de algo mais). Seja como for, o pós-parto foi bem menos doloroso do que na primeira cesariana e, ainda antes de fazer as seis horas previstas para movimentar-me, já estava a tomar um banho de esponja.
Dito isto, e apesar de algumas das coisas desagradáveis que o processo de colocar no mundo dois bebés implica, posso dizer que passaria por tudo novamente...
Estou novamente, e completamente, APAIXONADA!!!
E haveria como não ficar?...
Mais pormenores:
O pessoal médico do Hospital ficou espantado com o peso e tamanho dos gémeos. O António nasceu com 47cm e 2.740kg e o Pedro com 2.990 e 47.5 (ainda não consigo acreditar que tive quase 1 metro e 6kg de bebés dentro de mim!) e com a desenvoltura com que lidei com os mesmos (acho que a palavra usada era "despachada"). Contudo, confesso, não foi assim que me senti. Aquela necessidade, que pensei que tinha desaparecido depois da Francisca, de cumprir absolutos, voltou e estou, com todas as minhas forças, a combate-la, mas não é algo que me seja fácil ou natural. Tenho tendência para extremos, embora reconheça a impossibilidade da meta.
Os gémeos, cá em casa, tem dormido juntos, o que tem proporcionado momentos de ternura deliciosos!
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Que bom que correu tudo bem!!!! De facto as fotos dos 2 juntos são de uma ternura sem fim! Já fiquei com o meu "utero aos saltos"... Parabéns pelos filhotes e aproveita todos os momentos! beijos grandes
ResponderEliminarObrigada, Ana. Adorei o "fiquei com o meu útero aos saltos" ;). Beijinhos
EliminarFaz.me reviver o carrocel de emocoes e sentimentos de a 8 meses atras qd nasceram os meus gemeos ( um antonio tambem e uma maria)... mts felicidades.
ResponderEliminarObrigada e parabéns pelo António e a Maria.
EliminarQue delicia! Muitos parabéns :)
ResponderEliminarObrigada, Filipa.
EliminarMuitos parabéns, que corajosa!!!!
ResponderEliminarObrigada, Paula. Mas, como é visível pelo relato, de corajosa tenho pouco ;).
EliminarBeijinhos
Muitos parabéns. São lindos!
ResponderEliminarObrigada, Sofia. Também acho ;). Estou totalmente enamorada...
EliminarMuitos parabéns pelas novas aquisições ;) São lindos. Felcididades.
ResponderEliminarObrigada, João.
EliminarMuitos parabéns! E que queridas as fotografias deles a dormir juntos! :)
ResponderEliminarObrigada. Sou capaz de passar horas a olhar para eles a dormir juntos, entre festinhas e, por vezes, algumas disputas por espaço ;).
EliminarBeijinhos
Que encanto!!! Muitos parabéns:)
ResponderEliminarObrigada, Catarina ;).
EliminarMuitos parabens! Vieram me as lagrimas aos olhos a ler o que escreveu... São lindos!
ResponderEliminarObrigada (também acho ;)). Espero que tenham sido lágrimas de alegria...
EliminarMuitos parabéns! O testemunho está apaixonante e ainda mais as fotografias dos "atores" principais desta história de amor!!
ResponderEliminarObrigada, Filipa. É, de facto, uma história de amor e eles, juntamente com a Francisca, serão sempre os actores principais...
EliminarMuitos parabens e obrigado por partilhar!Fiquei tao emocional,ate parece que a conheço!!!
ResponderEliminarObrigada, Marta. Quem sabe se já não nos cruzámos. Afinal, o mundo, como se costuma dizer, é uma ervilha...
EliminarMais uma vez parabéns!
ResponderEliminarÉ delicioso ver essas ternurinhas! <3!
Obrigada, Estela.
EliminarParabéns, que ternura:) É uma delicia ver os principes a dormir!!
ResponderEliminarObrigada, Ana. É mesmo :).
EliminarQue coisa maravilhosa,e sempre como 2 gémeos, juntinhos! Que boa aventura, lindos os 2!!!!Parabéns Susana, são maravilhosos!
ResponderEliminarObrigada, Dizaine. Concordo ;)
EliminarParabéns Susana! São lindos.......
ResponderEliminarObrigada, Maria João.
EliminarParabéns Susana pelos babys , são lindos!
ResponderEliminarNós, mães de gémeos, somos umas felizardas! Viver, conviver e partilhar estes momentos de ternura entre eles é magnífico!
Deu-me saudades dos meus.. já estão com 2 anos! Também dormiam juntos durante o dia, mas à noite separava-os para haver menos disputas territoriais nocturnas :)
Um beijinho grande e muitas felicidades.
p.s. - e não é assim tão duro qt pintam :) e eu tb já tinha um com 2 anos e meio
Obrigada, Vera. Não podia estar mais de acordo. Assino por baixo...
EliminarPor enquanto, quando há disputas territoriais, coloco uma manta entre eles ;).
Muitos parabéns! Que fofos! Vamos ver como é comigo.
ResponderEliminarBjs, Joana B.
www.lovelab1.blogspoy.com
Certamente, vai correr tudo bem, Joana. Qualquer dúvida, e no que puder ajudar, já sabe que estou à disposição. E, como disse a Vera (pelo menos, por enquanto), não é assim tão duro quanto pintam. Dão trabalho, mas o trabalho normal para um recém-nascido. :) Além de que o trabalho que dão compensa (e de que maneira!). Beijinhos
EliminarParabéns Susana.....
EliminarOs teus bem maiores que os meus!!!!
Vais ver que apesar de tarbalhos a dobrar são tb alegrias e prazer a dobrar, e daquia anada já estão a encrar na faculadade, tal como os mesu!!
PS-Bj ao teu irmão Tiago...faz hoje quantos anos???
Bj gd dos Gonçalves (Rosário, Tó, carlos, Francisco e Beatriz)
Olá!
EliminarVou tentar aproveitar esta fase ao máximo porque, de facto, eles crescem muito depressa (não dá para acreditar que os vossos já estão na faculdade!). O cansaço vai-se navegando, uns dias melhor do que outros. O meu irmão faz 25 anos!
Beijos de todos nós
Obrigada, Vanessa. É mesmo delicioso vê-los juntos...
ResponderEliminarQue imagens maravilhosas...! Muitas e muitas felicidades para todos!
ResponderEliminarObrigada, Sofia :)
EliminarEstou sem palavras Susana... sem palavras e comovida... muitos PARABÉNS e muita saúde é só o que vos posso desejar. Os dois juntos a dormir é qualquer coisa de divino... a ternura em estado puro ♥
ResponderEliminarMuito obrigada, Paula.
EliminarUm beijo enorme e desejos de muita saúde de volta ;)