sexta-feira, 11 de maio de 2012

Só contado!

Pois é, ultimamente, não tenho feito tantos posts, ou pelo menos não tenho feito posts tão "elaborados" como os primeiros. A verdade é que, a meio de Abril, tive uma virose, depois, um dia, levantei-me e caí para trás (perdi totalmente o equilíbrio). Ainda estive a ver se navegava as vertigens um tempo, até que pensei que me estava a acontecer algo realmente sério e fui parar às urgências do Hospital. Diagnóstico: provável labirintite. Medicamento para as vertigens, repouso, e alguns exames para realizar (à audição e ao ouvido interno). O repouso foi cumprido, mas as vertigens continuam, embora bem menos intensas e duradouras do que as anteriores, o que torna escrever, para já não dizer pensar, um desafio. 
Primeira ronda: exames à audição. Veredicto: tudo normal. 
Segunda ronda: videonistagmografia. Veredicto: uma aventura mais difícil de concretizar do que antecipei. Primeiro, porque é preciso largar os medicamentos para as vertigens, segundo porque é preciso conseguir uma marcação (e, aparentemente, este exame é muito concorrido), e, finalmente, porque os hospitais particulares estão a rebentar pelas costuras e os médicos, como médicos que são, cometem erros. 
Pensei que hoje ia ter a coisa resolvida (consegui uma marcação para outro Hospital, também particular e perto de casa), mas o dia de hoje só contado, por isso vou contar: 
Em primeiro lugar, é preciso dizer que é necessário ir acompanhada a este exame, e que o meu marido, que tem aversão a hospitais e médicos, andava desde o início da semana com a impressão que tinha qualquer coisa no olho, mas não foi ver, porque o trabalho não permitia. Só descobriu que tinha uma limalha de ferro no olho (sim, ouviram bem, uma limalha de ferro! - não é que ele conduziu assim até ao Porto porque tinha uma reunião à qual não podia faltar!) porque fui às urgências (além das vertigens apareceu uma taquicardia que teimava em não passar) e ele resolveu ir ver o que se passava com ele também. ECG, análises ao sangue: tudo bem comigo (tirando as vertigens). Maridão: agulha no olho para tirar a limalha, três dias de repouso absoluto e uma pala no olho. Bem, posto isto, perdi a boleia (irmã em casa com o rebento doente, pais ausentes do país, irmão enamorado). A sogra, que tem sido a salvadora da pátria nos últimos tempos, lá se ofereceu. Mas, hoje de manhã, a caminho do carro, foi com a cara ao chão e abriu o lábio, pelo que me telefonou a avisar que ia chegar atrasada, mas vinha... aproveitava e cozia os lábios na urgência. O filho, ouvindo isto, lá se agarrou a mim e, conduzidos pelo sogro, lá fomos ao Hospital (um daqueles particulares de referência), sogro e sogra para as urgências, filho e nora para o serviço de otorrinolaringologia. 
Chegada ao serviço, pedem-me a requisição do médico e a autorização da Médis. 
- "Autorização? Então, mas otorrinolaringologia não é das especialidades, das poucas neste momento, em que não é preciso pedir autorização?"
Resposta pronta, e pouco cordial: 
- "É, mas este exame é especial e, como tal, precisa de autorização da Médis e de uma justificação da parte do médico, a explicar porque é que passou o exame." 
- "Como assim? O médico agora precisa explicar porque acha necessário passar um exame? Fui à urgência, mandaram-me ao otorrino e ele passou os exames que achou necessários."
- "Pois, se tivesse sido no nosso Hospital, nós tratávamos da autorização internamente, mas como não foi..."
- "Mas, foi para o vosso Hospital que eu marquei o exame. Não me deviam ter avisado que era preciso uma autorização da Médis?"
- "Como lhe expliquei, se fosse pelo nosso Hospital, tratávamos da autorização, sendo por outro Hospital não temos de..."
- "Deixe ver se entendi bem, sendo por outro Hospital, não têm a obrigação de avisar, por isso não avisam..."
- "...Não é uma questão de obrigação, nem vamos entrar por aí, porque obrigação nunca temos, mesmo quando é pelo nosso, mas fazemos esse favor."
Parei por ali a conversa, percebi que não valia a pena, dizendo que ia à Médis e o assunto ia ficar resolvido num instante. Muito me enganei. A senhora, ainda menos simpática do que a anterior, lá voltou a explicar que, de facto, tinha de ter a justificação do médico. Um livro de reclamações depois, telefonemas para o primeiro Hospital (aquele, onde o médico se esqueceu que vivemos num mundo de burocracias sem fim, todas desenhadas para evitar fornecer um serviço pelo qual pagamos todos os meses), lá consegui que o médico passasse a justificação na próxima semana, e a promessa do Hospital (o primeiro) que iriam tratar de realizar o exame, depois da autorização, com a maior diligência possível. Resultado final: sogra com o lábio com três pontos e o queixo negro, exame por realizar, diagnóstico por desvendar, pelo menos mais uma semana de incertezas e vertigens, e muita dificuldade em estar ao computador a escrever, o que ninguém diria a julgar pelo comprimento deste post...

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