Eu e o meu marido andamos na saga de escolher um
carro novo. A primeira tentativa correu que foi uma maravilha! Vinha ele todo
inchado (tinha uma surpresa para mim: íamos dar um passeio numa das opções), e
eis que, quando tenta ligar o carro, este denuncia: “Falha Direcção Assistida”
(coisa pouco importante num carro, como sabemos). Toca a chamar o vendedor (que,
quando entregou o carro disse, a jeito de vendedor: “Nem lhe vou dizer nada
sobre o carro, porque este carro vende-se sozinho”), para vir buscar o carro
porque este tinha avariado (ainda deu para dar algumas gargalhadas, mas, entre
vir buscar o carro e mais meia hora de conversa de vendedor, o marido teve de
voltar para o trabalho e não houve passeio para ninguém). Experimentámos o
carro no dia seguinte e devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendida (pelo
menos, andou). Hoje, experimentámos a segunda opção. E é vê-lo todo orgulhoso e
cuidadoso a guiar o novo possante pelas ruas da cidade, que isto dos carros,
para os homens, são coisas muito especiais e que devem tratadas com luvas de
pelica (não sei como é aí em casa, mas por aqui isto dura os primeiros meses,
depois, é encontrar garrafas de coca-cola, papéis de embrulho, snacks, tickets de parque, e outras
coisas igualmente jeitosas pelo tablier, bancos, e chão do carro). Claro
que, como está muito mais inclinado para a primeira opção, experimentou este,
mas foi listando as vantagens do outro, e salientando que ainda falta
experimentar mais um... Cá para mim, desde que não avarie, não me peça para
mudar os pneus, ou outras coisas que tais, e seja seguro, está óptimo, mas há
que ver todos, e comparar os extras que vêm nos plafonds, e fazer contas à
vida... E, no entretanto, ir pensando que pode não ser bem o que eu considero
uma tarde bem passada (esperar o vendedor, tirar a cadeirinha de um carro e
metê-la noutro, ouvir o marido listar os cavalos e outras coisas que tais do
dito possante, devolver o carro no dia seguinte...), mas é bom vê-lo assim,
entusiasmado, e que há chatices que até são bem-vindas... Afinal, no final disto
tudo, vou ficar com um carro novo (adoro o cheiro!) e um marido vaidoso, animado,
e mais limpinho (pelo menos durante os primeiros meses ;)).
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