sexta-feira, 16 de março de 2012

Dicas para uma noite de sono descansada...


  • Antes de mais, é essencial que exista uma rotina, que permita à criança prever, com um determinado grau de precisão (vão existir, obviamente, situações de excepção), o que vai acontecer a seguir, o que contribui para aumentar a sua sensação de segurança e, consequentemente, a sua autoconfiança, essencial na hora de dormir – a partir dos 18 meses, a criança deve ir para a cama entre as nove e as dez horas, o que permite que ela brinque com os pais, mas obtenha o descanso que precisa (a hora do deitar deve ser coordenada com a hora do acordar, assegurando que a criança dorme o número de horas de que necessita – consultar os posts: “O que esperar, de acordo com a idade, em termos de sono” e “Porque é que dormir é tão importante?”).
  • Prepare o quarto – desligue as luzes, se necessário, aqueça ou arrefeça o quarto, abra a cama, tenha à mão o que for necessitar (fralda, peluche, biberão...).
  • Cerca de 30 minutos antes da hora do deitar, escolha uma atividade mais calma e confortante (por cá, lemos uma história, ou vemos um episódio do Uki – no final do episódio, ele vai fazer ó-ó e a Francisca fica mais receptiva à ideia). De notar, que a maioria dos pediatras é contra a ideia de ver televisão antes de ir para a cama, mas, como sabemos, não existem duas crianças iguais. Trata-se de encontrar o que resulta para si e a sua família. Pessoalmente, sou a favor de tornar o ritual de ir para a cama apelativo, fazendo atividades com a criança que sejam do seu agrado, desde que não sejam, obviamente, muito energéticas/frenéticas, porque vão excitar a criança.
  • Avise a criança com antecedência que chegou a hora de ir para a cama, dando-lhe tempo para se habituar à ideia (por aqui, avisamos a piolha cerca de quinze minutos antes que está quase na hora de ir fazer ó-ó, e voltamos a fazê-lo quando chegou a hora, afirmando: “Francisca, agora, vamos fazer chichi, lavar os dentes, e fazer ó-ó. Esta frase faz de tal forma parte da sua rotina, que ela, por si própria, já a diz com os pais).
  • Tenha rituais que antecedem a hora de deitar (por cá, fazemos a higiene - vamos à sanita fazer chichi, lavamos os dentes, limpamos a cara e as mãos, mudamos a fralda, deitamo-la e damos-lhe a fralda ou o boneco com que ela quer dormir (por enquanto, ela ainda pede o chá – que foi muito útil quando quisemos que ela parasse de beber o biberão de leite da noite –, mas essa é uma parte do ritual que estamos a tentar abolir, já que temos o objectivo de largar as fraldas e porque, de uma forma geral, ela só quer o chá na cama, depois de ter lavado os dentes, o que, em termos de higiene oral, não é nada conveniente).
  • Quando deitar a criança, despeça-se dela, utilizando, preferencialmente, a mesma frase/gestos (as crianças encontram conforto na repetição porque, como já avancei, permite-lhes prever o que sucede, aumentando a sua sensação de segurança – Mário Cordeiro, no livro "Dormir Tranquilo", refere que “Só se dorme ou adormece quando se está seguro”.
  • Depois de se despedir, tente sair rapidamente do quarto, não prolongando, sem necessidade, as despedidas.
  • Se a criança não quiser que saia do quarto, e começar a chorar, pode confortá-la. A Francisca, por exemplo, às vezes, precisa de segurar a mão da mãe ou do pai por uns minutos antes de adormecer. E, até tarde, não vou mentir, precisou de colo. Pessoalmente, não sou a favor de se deixar as crianças a chorar. É verdade que, muito provavelmente, com o tempo vão cansar-se (se não vomitarem, no entretanto), mas as crianças precisam sentir-se seguras, e parte integrante disso é saberem que podem contar com os pais, que eles estarão presentes quando elas precisarem deles. 
  • Evite responder aos seus chamamentos – antes de ir a correr consolar a criança, espere um pouco, veja se os chamamentos evoluem para o choro ou mesmo o grito (nesse caso, pode correr), ou se a criança consegue, sozinha e aos poucos, acalmar-se e adormecer. Por experiência própria, a tendência é que os seus chamamentos diminuam e acabem por cessar.
  • Seja consistente e persistente – alterar, de forma sistemática, as rotinas deixa a criança a sentir-se confusa, e agitada, o que vai tornar o adormecer mais complicado.
  • Se o seu filho fugir da cama (o que, segundo a minha mãe, era um comportamento que eu repetia com frequência), volte a colocá-lo na cama, de forma calma – não vale a pena gritar! se tiver um tom de voz assertivo (e não agressivo), a criança vai perceber a mensagem.
  • Combine uma estratégia com o seu parceiro – se estiverem "em páginas diferentes", o mais provável é que a criança se aperceba, utilizando-o a seu favor.
  • Faça uso de um objecto reconfortante para a criança, pode ser uma fralda, um peluche...
Algumas notas importantes: O pediatra Mário Cordeiro, nos livros “O Grande Livro do Bebé” e “Dormir Tranquilo”, chama a atenção para os seguintes factos: nos bebés mais pequenos, a primeira fase de sono (sono leve) dura cerca de vinte minutos, pelo que o tempo que se despende a adormecer um bebé acaba por ser maior; “a fase de sono pesado dura cerca de uma hora”, pelo que, se o bebé reentrou na fase de sono leve, poderá acordar facilmente (estímulos e incómodos), voltando a ser necessário adormecê-lo. Igualmente, como o próprio retrata, “os bebés passam, de quando em quando, pelos chamados pontos de referência – são os momentos em que o desenvolvimento se acelera num determinado campo, como a locomoção, a fala, seja o que for, ficando perturbadas outras funções, como a alimentação ou o sono.” Acima de tudo, é preciso ter calma, porque a maioria das crianças, mais cedo ou mais tarde, dá o merecido descanso aos pais. Utilize a sua intuição e bom-senso. Sei o quanto pode ser difícil (também tive a minha dose de noites sem dormir e sonos interrompidos), mas é essencial lembrarmo-nos que estamos a lidar com bebés/crianças. Muitas vezes, tive de “passar o bastão” ao pai, à avó, ou, pura e simplesmente, retirar-me da situação e respirar fundo, mas, tentei (quase sempre com sucesso) que a minha frustração não passasse para a Francisca e acho que isso é peça-chave para que o puzzle se componha ;). 


1 comentário:

  1. OHHHH god mas é tudo isso que faço e mesmo assim ela berra e chora compulsivamente!! Abre os olhos e ali fica até nos levar à exaustão!!!

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